quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Rumo a Presidência d Republica

 

Em 24/02/1960 Jânio Quadros iniciava a sua marcha pela Região Sorocabana

As 6:30 horas partia da Estação Júlio Preste, com destino à região Sorocabana, o trem que conduziu a comitiva eleitoral do Sr. Jânio Quadros, para em quatro dias, visitar 39 municípios.

Presentes ao embarque, a esposa e filha do deputado federal candidato à Presidência da República que também seguiram viagem bem como o os srs Leandro Maciel, candidato a Vice-presidência da República, deputados Napoleão Doria, padre Godinho, deputados Cardoso Alves, Israel Dias Novaes e Francisco Franco, além de representantes de outras agremiações partidárias que apoiam o ex-governador paulista

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Histórias do nosso querido Brasil durante o Regime Militar

 RESPONSABILIDADE NA CRISE DA AGRICULTURA

JOÃO DE SCANTIMBURGO

Bauru, 21 de fevereiro de 1960 – Neste país “essencialmente agrícola”, no qual os centros demográficos ocupam uma área reduzida de seu território, na sessão legislativa de 1959 não foi aprovada uma só proposição visando a agricultura. O ilustre presidente Kubitschek proclama aos quatro ventos da nação, que está fazendo o Brasil saltar cinquenta anos em cinco, expressão que é, cientificamente, um barbarismo, mas não se preocupa com a agricultura, que é, como todos sabem, a base de toda a prosperidade.

Falo com vários agricultores desta zona; alguns deles, autênticos fazendeiros, desses que moram na fazenda, que trabalham nela, que correm as suas lavouras a cavalo e de jeep, fazendeiros dessa raça que vai desaparecendo, substituída por outros, postiços, que cultivam café, algodão, cereais, criam gado, nos escritórios da rua 7 de Abril, 15 de Novembro, Boa Vista, ou nos salões do Jockey Club, e visitam as lavouras de teco-teco, em dia de sol, das 11 horas ao meio dia.

Todos apresentam numerosos problemas ao debate amistoso que travamos, enumerando, em regra, as injustiças que o poder público pratica, o abandono em que se encontra o mundo rural, as iniquidades que se abatem contra a atividade agrícola. Os problemas da produção, dos transportes, da comercialização, de trabalhador rural, da saúde do homem do campo, do físico, que explora, sobretudo, o produto agrícola, o problema das distancias que se tornam maiores, com as dificuldades de comunicação, são tantos dos que os genuínos fazendeiros suscitam nas conversas que com eles mantenho.

Tudo é difícil, no campo brasileiro. O caboclo é desprezado pelo poder público. Um dos poucos esforços sérios, de governo, posto na elevação da produtividade agrícola, é o do Plano de Ação do Governo, iniciativa do sr. Carvalho Pinto. Mas esse só não basta; é preciso mais, é preciso que o mundo rural seja salvo dos tecnocratas, dos burocratas, dos falsos fazendeiros, numa palavra, da conspiração que funciona à perfeição no Brasil contra o legitimo fazendeiro, o povoador de desertos, o cultivador dos vastos espaços vazios, o produtor. Esta é uma das mais ricas regiões do Estado. A chuva me impede de aceitar alguns convites, e visitar fazendas. A terra está pegajosa e lisa, os automóveis atolam, mas a natureza parece manifestar a sua alegria, sob o banho de água, que lhe cai, sem parar, há alguns dias.

Tem o brasileiro o hábito da volubilidade. Essa é uma das razões por que a agricultura no Brasil sofre tamanhos reveses. Mas, os tecnocratas, os burocratas, e os políticos, sem tirocínio para o exercício de cargos públicos, nem experiencia para as funções de mandato, esses concorrem com a maior parte, para o atraso da nossa agricultura, para o desanimo do agricultor, para a exploração do homem do campo, não raro de maneira ignóbil. Deve-se fazer uma revolução no campo, mas não será só com uma reforma agraria, como a que se prega nas épocas eleitorais; deverá ser contra a mentalidade dos falsos fazendeiros, dos fazendeiros postiços, que também ajudam a obra negativa do enfraquecimento das estruturas rurais do Brasil.

Diz Werner Sombart, com espírito europeu, que o fazendeiro em geral se liga amorosamente à terra, o que, acrescenta, não se dá com o industrial. Ninguém tem amor, exemplifica, a uma fábrica de ácido sulfúrico, mas ama a sua propriedade rural. O grande autor de “O apogeu do capitalismo” não conheceu os fazendeiros do Brasil, esses que encaram a terra, exclusivamente, como empresa econômica e objeto de especulação. No capítulo da crise da agricultura, tem responsabilidade a política, o regime, a democracia de clientela, de bacharéis e de aventureiros eleitorais, mas a têm, igualmente, os maus fazendeiros.

domingo, 21 de fevereiro de 2021

Histórias do nosso querido Brasil durante o Regime Militar

 RESTAURANTE CALABOUÇO

O Restaurante Central dos Estudantes, conhecido como Calabouço, foi, durante as décadas de 1950 e 60, um restaurante estudantil que oferecia comida a baixo custo para estudantes de baixa renda no Rio de Janeiro. Pela grande concentração de estudantes, era também palco de várias manifestações por melhorias na educação e contra o regime militar.

Foi inaugurado em 1951 na antiga sede da UNE, na Praia do Flamengo, mas foi transferido no ano seguinte para a Avenida Infante Dom Henrique, próximo ao Aeroporto Santos Dumont. Circulava uma história de que o novo local havia abrigado uma prisão de escravos, daí o apelido de Calabouço. Apesar de pertencer ao Ministério da Educação, o restaurante era administrado pela União Metropolitana dos Estudantes (UME). No complexo também funcionava um teatro e uma policlínica.

No dia seguinte ao Golpe Militar de 1964, a sede da UNE foi incendiada, o que marcou o início de uma onda de repressão ao movimento estudantil que duraria vários anos. O restaurante foi fechado e assim permaneceu por três meses. Quando reabriu, já sob o controle dos militares, a policlínica foi definitivamente fechada e o acesso ao público passou a ser controlado.

Em 1967, o governo do Estado da Guanabara, devido a reunião do FMI no Museu de Arte Moderna, anuncia sob pretexto de urbanizar a região, a demolição do Complexo do Calabouço. Isso gerou uma batalha campal entre a polícia e os estudantes. Para acalmar os ânimos, Negrão de Lima, então governador da Guanabara, propôs que o restaurante fosse reconstruído na Avenida General Justo, esquina com Rua Santa Luzia.

O complexo acabou por ser demolido sem que o novo restaurante estivesse pronto. Para protestar contra isso, os estudantes organizaram três meses de "pendura" (calote) em restaurantes famosos do Rio até que a abertura do novo Calabouço fosse anunciada, em agosto de 1967.

A invasão do Calabouço

Em 1968, o Calabouço foi o palco do primeiro homicídio de um estudante pela ditadura militar de 1964. No dia 28 de março, durante a repressão a uma passeata, a Polícia Militar invadiu o restaurante e o comandante da tropa, aspirante Aloísio Raposo, atirou e matou o estudante paraense Edson Luís, o qual cursava o segundo grau no Instituto Cooperativo de Ensino, com um tiro a queima roupa no peito. Outro estudante, Benedito Frazão Dutra, também foi ferido por um tiro no peito e levado a um hospital, onde faleceu depois de ficar vários dias em coma. Um porteiro do INPS que passava por perto também foi ferido por um tiro e morreu. Um outro cidadão, que assistia ao confronto da janela de seu escritório, ficou ferido com um tiro na boca. Os boletins de ocorrência policial da época registram que pelo menos seis pessoas ficaram feridas devido a tiros disparados por policiais durante a invasão.

Com medo de que os policiais desaparecessem com o corpo de Edson Luís, os estudantes o levaram até a Assembleia Legislativa do então Estado da Guanabara, onde foi feita a sua autópsia e posterior velório. A morte de Edson Luís e Benedito Frazão Dutra causou o fechamento definitivo do restaurante Calabouço pela ditadura militar, mas também deflagrou o ciclo de manifestações populares de 1968 pela redemocratização do Brasil.

Fonte: Wikipédia

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