sexta-feira, 8 de maio de 2020

O Isolamento Social

Enquanto os Órgãos Oficiais de Saúde alertam para urgência de medidas rígidas de isolamento social o presidente Bolsonaro, o ministro Paulo Guedes e um grupo de empresários marcharam pela Praça dos Três Poderes e foram ao Supremo Tribunal Federal pressionar o ministro Dias Toffoli pela reabertura da economia com o fim do isolamento social.

Com base em análises técnico-científicas e como parte de seu compromisso com a vida, com o Sistema Único de Saúde (SUS) e com a saúde da população, a Fiocruz considera urgente a adoção de medidas rígidas de distanciamento social e de ações de lockdown no estado do Rio de Janeiro, em particular na região metropolitana, visando à redução do ritmo de crescimento de casos e a preparação do sistema de saúde para o atendimento adequado e com qualidade às pessoas acometidas com as formas graves da Covid-19. 

Inegavelmente a preocupação do Governo Federal esta voltada exclusivamente para a economia. Na reunião com o ministro do supremo, as falas do presidente, do ministro Guedes e dos empresários foram no sentido de reclamar do isolamento social, da situação econômica e dos prejuízos dos empresários.

Em nenhum momento se falou em número de mortes, situações dos hospitais, fome, direitos dos trabalhadores etc. Muito menos no recorde de mortes diárias por covid-19, quebrado nesta quarta feira (06/05), com 615 óbitos. Uma das frases que marcaram a reunião, dita por um dos representantes, foi de que "haverá morte de CNPJs" mais para frente se não houver um relaxamento da quarentena agora.

A ideia era acuar Toffolli para devolver a Bolsonaro o poder de decidir sobre a abertura da economia e o fim do isolamento social.  A intensão de Bolsonaro é assinar um decreto para ampliar a quantidade de atividades essenciais em meio à pandemia do novo coronavírus.

O ministro do STF propôs a criação de um gabinete de crise, com a União, Estados e Municípios, para debater a reabertura da economia.

Vejo com bons olhos a criação desse Gabinete, que a meu ver já deveria ter sido criado logo no início da pandemia. Na fala do Ministro ficou bem claro que o STF não se curvará diante das pressões de ontem (07/05/2020).

O Supremo Tribunal Federal é o guardião máximo da Constituição Federal e das leis. É a última trincheira da defesa dos direitos fundamentais e dos direitos humanos em nosso país. Por isso, não é cabível que aqueles que não concordem com suas decisões respondam com agressão ou ameaça de seus membros.

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